Dora Nunes Gago recebeu, esta sexta-feira, o Grande Prémio de Literatura de Viagens Maria Ondina Braga, instituído pela pela Associação Portuguesa de Escritores (APE) com o patrocínio da Câmara Municipal de Braga (CMB).
Na cerimónia, que teve lugar no Salão Nobre da Câmara Municipal de Braga, a escritora disse estar «honrada» com a distinção, sobretudo porque o prémio tem o nome de alguém, que teve o «prazer de conhecer», a «inspirou» para uma vida dedicada à escrita (12 livros em 27 anos).
A cerimónia contou, entre outros, com a presença do presidente do edil bracarense, Ricardo Rio, e do presidente da Associação Portuguesa de Escritores, José Manuel Mendes, e ainda Isabel Cristina Mateus, que faz parte do júri (estes estavam na “mesa de honra”).
José Manuel Mendes teceu rasgados elogios à autora e, também, ao prémio, que resulta de uma parceria entre a CMB e a APE, referindo, ainda, que este permite «recolocar Ondina Braga no lugar que lhe é devido».
Nesta edição do Grande Prémio de Literatura de Viagens Maria Ondina Braga concorreram obras em português e de autores portugueses, publicadas no ano de 2023. O valor monetário deste Grande Prémio é, para o autor distinguido, de 12.500,00 euros.
O galardão distinguiu já os autores Paulo Moura, Afonso Cruz, Alexandra Lucas Coelho, Rui Miguel Tovar, António Mega Ferreira, José Pedro Castanheiro e agora Dora Nunes Gago.
Visivelmente emocionada, Dora Nunes Gago recordou que o livro começa com a sua chegada ao Uruguai e, depois, passa por vários países até chegar a Macau, onde a autora viveu «10 anos», onde também morou Ondina Braga.
«E foi precisamente Macau que me ligou mais intimamente à Maria Ondina Braga», contou, recordando que, em 1991, ainda no primeiro ano da licenciatura, com 19 anos, foi “premiada” com uma viagem a Macau, com passagem por Hong-Kong e Inglaterra.
«Foi uma experiência inesquecível para uma jovem rural nascida em São Brás de Alportel. E quando voltei dessa viagem encontrei numa biblioteca perto da Universidade de Évora, onde estava a estudar, um livro que tinha acabado de sair e que tinha como título “Nocturno em Macau”... de Ondina Braga, Achei aquilo incrível. Parecia que aquele livro tinha sido feito para mim e fiquei fascinada com a autora que, mais tarde, em Guimarães, tive o prazer de conhecer e de lhe pedir um autógrafo», contou Dora Nunes Gago.
Dora Nunes Gago apresenta livro na Centésima Página
A escritora Dora Nunes Gago apresenta este sábado, às 19h00, na Livraria Centésima Página, o livro “Palavras Nómadas” (Húmus, 2023).
A apresentação da obra está a cargo de Cândido Oliveira Martins, professor da Universidade Católica Portuguesa, polo de Braga.
Esta obra foi galardoada com o Grande Prémio de Literatura de Viagens, na sua mais recente edição, prémio instituído pela Associação Portuguesa de Escritores (APE) e pelo Município de Braga e que foi entregue ontem.
Em “Palavras Nómadas”, a escritora Dora Nunes Gago reúne um alargado conjunto de crónicas, irmanadas pelo tema da viagem e da deambulação cosmopolita pelo mundo, desde vários destinos asiáticos até aos EUA e América do Sul.
No prefácio ao livro, da autoria de Onésimo Teotónio Almeida, da Universidade de Brown dos EUA, pode ler-se esta apreciação: «Terminei a leitura destas crónicas assaltado pelos versos finais do poema ‘Pedra filosofal’ de António Gedeão. Quer dizer, por imagens da autora a fazer pular a bola colorida do mundo saltitando-lhe entre as mãos sob esse olhar de mulher viajante, salta-pocinhas, aventureira em cata dos encantos do globo terrestre. Outra imagem me surgiu – essa frequente – a de Fernão Mendes Pinto em versão moderna: uma mulher a viajar sozinha pelo planeta.»
Rio quer dar (ainda) mais visibilidade ao prémio
Ricardo Rio destacou a «parceria virtuosa» que une a autarquia bracarense e a Associação Portuguesa de Escritores há quase uma década. «Este prémio é uma peça de um puzzle muito mais amplo de ligação da cidade à literatura e aos livros. É a demonstração de um compromisso coletivo para com os livros e a literatura», destacou o edil de Braga, recordando que, em 2025, o prémio celebra 10 anos e num ano em que a capital minhota será Capital Portuguesa da Cultura. «Queremos dar ainda mais visibilidade nacional a esta iniciativa», disse.