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Luís e Manuel Cerdeira trabalham versatilidade da casta Alvarinho

Fotografia DR

Redação

Publicado em 16 de fevereiro de 2025, às 17:06

Novo projeto Vinevinu divide-se entre Famalicão e Melgaço.

Explorar a versatilidade da casta Alvarinho é um dos motes da empresa Vinevinu, lançada por Luís Cerdeira em conjunto com o filho Manuel Cerdeira.

O projeto tem gerado expectativa, desde que foi anunciado, no passado mês de julho, que Luís Cerdeira encerrava o ciclo como sócio, gestor e enólogo do Soalheiro.

Aos 52 anos, com uma carreira de mais de três décadas no mundo dos vinhos, Luís Cerdeira surge agora em dupla com o filho, de 22 anos, licenciado em Viticultura e Enologia em Brighton, Inglaterra, para trilharem os novos caminhos do setor. «Queremos fazer enologia, meter a mão na massa», dizem.

Correspondendo à vontade de explorar «os extremos» do Alvarinho, a Vinevinu divide-se entre a Casa de Compostela, propriedade em Requião, Vila Nova de Famalicão, arrendada ao empresário têxtil Manuel Gonçalves, e Melgaço.

Estes são os polos mar e montanha, para explorar, respetivamente, o Alvarinho com influência marítima e o vinho de altitude, com a vinha plantada acima dos 300 metros.

A «base logística de produção» é em Famalicão, numa quinta que conta com 17 hectares de vinhas velhas, entre os quais 4 hectares de Alvarinho, 5 de Maria Gomes, 1,5 de Sauvignon Blanc e também Arinto. Aqui vão ser plantados 21 hectares de Alvarinho.

É desta propriedade que surge o Almanua 2024, o primeiro vinho que a empresa lançou no mercado, com Alvarinho (50%), Maria Gomes (25%) e Arinto (25%), numa edição com 50 mil garrafas, a pensar sobretudo no setor da restauração. O Almanua surge como um vinho de lote, sinónimo da «alma pura» com que os dois produtores se apresentam, permanentemente aberto à descoberta e à inovação.

Num tributo à origem da família, o vinho de Melgaço chama-se Génese, estando a chegada deste 100% Alvarinho ao mercado agendada para março, numa edição com 20 mil garrafas.

A Vinevinu arrendou uma propriedade de 3 hectares e adega em Melgaço, pelo que a vinificação é feita naquele concelho do Alto Minho. Os projetos passam pela construção de uma pequena adega própria.

O portfólio inclui o Guri 2024, um vinho com 8,5% de álcool, e o 2252, que apresenta no rótulo as idades dos dois mentores do projeto. Na calha está o espumante, que vai ser lançado a tempo do próximo Natal.

Enquanto na vinha se faz um trabalho de viticultura regenerativa, para cuidar das videiras velhas, com recurso à poda de precisão, já está a ser implementado o serviço de enoturismo, contando com o trabalho de Carolina Osorio.

O objetivo é conjugar o potencial da quinta, cuja adega tem a assinatura do conceituado arquiteto Januário Godinho, com a vocação gastronómica dos vinhos, em visitas com harmonizações com as criações do chefe famalicense Álvaro Costa, sempre mediante marcação.