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Braga mostra paixão pelo vinho

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Fotografia Miguel Viegas

Luísa Teresa Ribeiro

Chefe de Redação

Publicado em 03 de setembro de 2023, às 10:13

Cidade afirma-se nos eventos vínicos.

Mais de 500 pessoas marcaram presença, sexta-feira à noite, na Paixão Pelo Vinho Braga Wine Party, cumprindo o objetivo daquela que foi a primeira edição desta festa vínica na cidade. O evento regressa para o ano, com a meta de reunir o dobro dos participantes.

Braga junta-se ao calendário deste evento organizado pela revista Paixão Pelo Vinho, que também inclui Condeixa, Lisboa, Cascais, Setúbal e Évora. «Queríamos ter chegado a Braga há quatro anos, mas não tínhamos encontrado o sítio certo e, entre tanto, houve o período de Covid-19», explica a diretora da publicação, Maria Helena Duarte. Esta responsável adianta que mal foi oportuno, avançou a edição de Braga, que reuniu no Hotel Vila Galé Collection quase duas dezenas de produtores nacionais, com cerca de 200 vinhos em prova, ao som da música do DJ convidado.

Maria Helena Duarte refere que Braga é uma cidade importante para a promoção deste tipo eventos, desde logo pela quantidade de pessoas que gostam de vinho. «É uma cidade que tem o vinho no seu ADN, perfeitamente implantada na Região dos Vinhos Verdes», declara.

Embora dirigido para a população da região, o evento também constitui mais uma experiência da qual os turistas podem usufruir, que se realiza no edifício histórico que acolhe o Hotel Vila Galé Collection, antigo Hospital de S. Marcos.

A diretora mostra-se agradada com a reação dos bracarenses à primeira edição da Paixão Pelo Vinho Wine Party na cidade. «Tivemos um pouco mais de 500 pessoas, que era o nosso objetivo. Para o ano, vamos ser mil», afirma. A ideia é promover a festa numa data próxima da Noite Branca, que coincida com o fim do verão, época do ano muito importante para o setor do vinho, marcada pela vindima e pela criação dos novos vinhos.

Olhando para o panorama nacional, esta provadora, que participa regularmente como jurada em concursos internacionais, refere que «os vinhos portugueses são realmente uma bandeira de Portugal no mundo». «Temos uma qualidade incrível», constata.

Em seu entender, o desafio que se põe ao setor é «ter a coragem de praticar o preço que é correto», uma vez que, por exemplo, os custos de produção do Douro são superiores aos de regiões como o Tejo ou a Bairrada. «Os produtores ainda não conseguem praticar os preços justos porque o mercado não os suporta», diz.

Na perspetiva desta especialista, os consumidores têm de ter consciência que o preço reflete todo o trabalho na vinha, na adega, a garrafa, a rolha, a imagem, a distribuição e muito mais. «Temos de escolher melhor», advoga, dizendo que, quando se compra um vinho com um preço inferior a três euros, que já é relativamente bom, o produtor teve de cortar em algum lado para poder praticar esse valor.

Relativamente aos Vinhos Verdes, considera que se trata de uma região «rica» e «fantástica», que junta aos vinhos «frescura, paisagem, cultura, património, história e uma gastronomia fabulosa».

Na sua opinião, ainda é preciso explicar aos consumidores que não há vinhos verdes, nem maduros, mas vinhos tranquilos, sem gás; efervescentes ou espumantes, com gás; e fortificados, generosos ou licorosos, tipologia em que se insere o Vinho do Porto, com aguardente adicionada. «Estes eventos são importantes para aprendermos mais sobre o vinho e assim podermos evoluir como consumidores», conclui.